sexta-feira, 6 de abril de 2012

Arrepiando o rubro da palavra



São as frases ditas

Que as paredes absorvem

Quando o pensamento

Se lhe encosta nas faces frias

Arrepiando o rubro da palavra

Que se reflecte

Na voluptuosidade do poema



No sangrar do verso

Rasga-se a intensão

Quando se fala do amor

Amachucando o assunto

Sem dignidade

Com a pressa de quem diz que ama

Sem vestir a solidão da saudade



(saudade é bom…

… como odeio poemas de amor!)



Varro os murmúrios

Lavo o chão dos suspiros peganhentos

(encardidos

pela intensidade do sentimento)

E entrego-me à vida

Escrevendo o caminho em folhas de mármore



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