quinta-feira, 5 de abril de 2012

Por certo...



Por certo

Sou só o branco

Que mancha o papel

O deserto

Da imensidão das letras

O oceano

Das frases curtas e vazias



Por certo

Sou só a lua sem luar

A estrela

Que deixou de brilhar

A faina das coisas chatas

E repetidas



Por certo

Sou o traço desalinhado

Num inquieto tracejado

Onde o tudo ou nada entendo

Quando das lágrimas se solta

A vida num remendo

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