segunda-feira, 12 de novembro de 2012

o voo







não entendo
jamais compreenderei
o significado do voo
as rotas das flores
e das cores
no sentido dos olhos
que chamam

as mãos como pontes
e os nós dos dedos
como fontes
das palavras que escorrem
do céu em chamas
pelos lábios que se mordem
sós

o riso do abraço
ou o corpo dado em laço

não entendo
jamais compreenderei
o corpo suado de poema
ou as palavras rubras
esgotadas de amor

os pés
no caminho certo
da palavra
e o tom crescente
da silaba tónica
que é brava

os ouvidos que calam o segredo
num tempo que lambe o medo

jamais compreenderei
o voo
que se perdeu
no arrasar do tudo
que sou eu

e nas asas o voo
de quem não prometeu 




1 comentário:

Maria disse...

Belo é o vôo a rasar o olhar
a morder o sol
a beijar as palavras
que pintas com teus dedos
em todas as cores.

Beijo.