Cortei uma lágrima em quatro partes
Escorreu o segredo em fios de sangue
Que manchou o silêncio no seio da alma
Enterrei quatro letras na terra e reguei com chuva
O meu nome é glaciar nos teus lábios
Cristal à beira de quebrar na ausência do olhar
Rasguei quatro notas de música
Soltou-se o som dos dedos e aninhou-se no peito
Que a lua sorveu, pela boca, na madrugada fria
Mastiguei quatro manhãs com sabor a luz
Desnudei o céu do azul e vesti-o de prata
Entregando-me ao mar de braços abertos
Encomendei quatro longos e belos poemas
De mastros fortes para ancorar na saudade
Velas brancas a enrolar corpos molhados de desejo
Bebi quatro copos de vinho Bairrada
Encorpado de sonhos e com aroma fresco da noite
Na taça do teu corpo onde me encontro e embriago
Sem comentários:
Enviar um comentário