sábado, 17 de novembro de 2012

Arrepio-me do verso que pressinto







Da vida respiro o vazio que me cresce das mãos

Lanço a noite à parede e absorvo os pedaços de luz das estrelas
Encontrei-me
Encontrei-me na luz mais ténue de um poema teu
Na encruzilhada da palavra com o sabor a beijo cru

Preciso de me rever num sorriso
De me estender no teu abraço e colher o aroma do momento
Onde o escorregar das mãos desnudam os sentidos
Onde as coxas são refúgios quentes das palavras mais rubras
E partir
De asas abertas a planar o tempo
De corpos selados onde o nada vale tudo
Onde a ânsia é rainha em cada maré
Onde a tua boca é nascente entre os meus seios
E a tua língua barco à deriva na minha pele branca

Arrepio-me do verso que pressinto
E deixo-me inquieta ao ritmo da música que nos faz crescer
Que nos faz amantes embriagados pelo vinho novo
Que fermentou das uvas maduras dos teus olhos



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